CANOAS X FANFA X CANOAS 72 KM - Por Ricardo Brum
Depois de semanas de trabalho pesado, bate aquela vontade de
limpar a mente, relaxar e se exercitar. Pronto! Os ingredientes motivadores para
uma boa remada.
Percebo que chegou a hora de colocar em pratica uma velha
ideia; colocar o iak no carro, percorrer aproximados 3 km, colocar o iak no rio
e sair remando. Tudo simples, sem planejamento, só o básico, como se eu fosse
ali, na esquina.
No sábado as 5h 40min sai de casa, sem compromisso de horários,
com destino a praia do Paquetá junto a foz do rio Sinos, deixo o carro na casa
do pescador Alemão, iak na água, apetrechos embarcados, pequena mochila estanque
com uma muda de roupa e, partiu remar.
Saio do Rio dos Sinos ingresso no Rio Jacuí, rumo Oeste, rio
acima, contra a correnteza que era fraca, temperatura agradável e sem vento. O
rio estava um espelhado, e logo os primeiros raios de sol aparecem entre
nuvens. Depois dos primeiros quilômetros,
o corpo aquece, o ritmo das remadas se estabelece. Eu estou fazendo a primeira
remada mais longa com um caiaque oceânico rotomoldado, um AS 500 modelo antigo,
no qual fiz algumas adaptações. Depois de 7 km aporto na ilha do Lobisomem,
regulo banco e redistribuo alguns apetrechos no convés, fone no ouvido em
volume baixo e sigo em frente.
Sentindo-me confortável no cockpit da nave, mais equilibrado
e seguro, acerto a remada e começo a ousar traçando linhas de proa mais longas
mirando objetivos em linha reta, mesmo pelo meio do rio, longe das margens. Quem
rema, sabe que quando se rema em rios largos, perto da margem se tem a sensação
de melhor rendimento, pois temos a referência das árvores que ficam para trás, o que não acontece no meio do rio onde parece
que o barco não anda.
Neste ritmo começo a engolir os quilômetros ultrapassando os
pontos de referencia: o canal do polo, o acesso e a saída do canal da Ponta Rasa,
o retão infinito antes do Porto da Manga... E no meio da manhã ultrapasso as
torres de alta tensão do Porto da Manga, e sei que daqui a 12 km estarei
chegando em Fanfa.
Depois de uma parada básica para alongamento, devoro a ultima
perna da remada, as 12h40 min encosto o remo no píer flutuante da barranca do
sítio. Uma missão gostosa de cumprir.
Lá estavam minha esposa e filha me aguardando com um bom
almoço. Além dos amigos de Caxias, da turma do Miguel Gomes. que vieram passar
o fim de semana pescando. Uma tarde de descanso e conversas, com o pessoal bajulando os filhotes da cadelinha
Diva guardiã do sitio.
No final da tarde a família retorna para Canoas de carro. A
boa conversa com os amigos, algum trago e uma carne assada, antecedeu uma boa
noite de sono na cabana flutuante, que já mostra sua utilidade. A noite passou voando
e as 5h30min, pulo da cama, café, arrumar as tralhas e carregar o caiaque.
E pá na água. As 7h dou a primeira remada, bem lenta,
admirando o céu que me presenteia com uma tela de pintura sendo preenchida em
frente aos meus olhos, a cada minuta uma nova cor. Logo embalo as remadas de
volta a Canoas, o ritmo esta bom, novamente o rio espelhado, sem vento sem correnteza,
uso a mesma técnica: bordos longos, objetivos traçados em linha reta a
distancia, são ultrapassados um a um. Antes que imaginava, as 9h48min paro para
descansar na Ponta Rasa, ligo para o amigo João Arriga que tinha combinado de
me encontrar no caminho pra fazer uma parcial da remada, que me informa que
acabou deixando a remada para a tarde. Aproveito para fotografar e filmar. Atravesso
o canal e vou até a ilha em frente onde existe o último colégio ainda inteiro
das dezenas de escolas criadas na década de 60, pelo então governador Brizola
nas ilhas do Jacuí.
Sigo em frente totalmente relaxado, e resolvo abrir por fora
da ilha, pegando o canal principal. Foi uma boa escolha, pois o trecho da ponta
rasa ficou bem mais curto. Avisto ao longe as torres de alta da travessia do canal
do polo e ao ultrapassa-las, ancoro na boia 29, lanche, alongamento e registros
fotográficos. Sigo pelo canal, costeando a ilha do Lage com sua dezena de
barcos e lanchas ancoradas onde as famílias curtem o dia perfeito.
Chego no Paquetá. Foram 36 km em 5h18min de remo. Uma boa
media. Em 20 minutos estou em casa. Parece
que fui ali na esquina.
Assista o vídeo:
Grande bava, legal compartilhar essa experiência, abraço
ResponderExcluirObrigado. Rumos e Remos tem esse objetivo. Abs
ExcluirShow de momento Ricardo, que categoria.
ResponderExcluirMuito legal!! Show de imagens!!
ResponderExcluir